Inteligência musical Segundo estudo, a música não é considerada um recurso e sim um tipo de inteligência que expressa a emoção
Sílvia ZocheRepórter05/10/2006
Faça um teste para saber qual o sistema sensorial de sua preferência: visual, auditivo e cinestésico. Clique no ícone ao lado
Ao escutar a expressão "Inteligência musical", pode-se pensar que somente pessoas ligadas diretamente à música, como cantores, compositores e os próprios músicos ... possuem tal habilidade. O professor e estudioso da teoria de múltiplas inteligências, Carlos Eduardo da Cruz Gomes , explica que todos nós possuímos inteligência musical. "Só que alguns são mais aguçados que os outros", diz.
O ser humano possui diversas facetas da inteligência, como a lingüística, a lógica matemática, a espacial, a musical. Segundo Carlos, o professor e psicólogo Howard Gardner destaca oito tipos de inteligência - "apesar dele saber que existem muitas outras, mas que também não são infinitas" -, sendo que todo ser humano possui três mais aguçadas.
A anamnese sonoro-musical - são 20 perguntas elaboradas pelo professor - é o primeiro passo para saber qual a preferência do sistema sensorial de cada um. Ou seja, constatar o nível desta inteligência. O segundo passo é promover desafios estimulantes, como imagens mentais guiadas pela música, durante um momento de criação. "Estas são algumas delas".
Isto não significa que as outras não possam ser trabalhadas, pelo contrário. Existem maneiras de se fazer isso. E Carlos se interessou em mostrar como desenvolver a inteligência musical para que as pessoas descubram as outras. "Qualquer pessoa tem essas inteligências, basta descortiná-las", acredita.
Através do estudo e prática da inteligência musical, é possível sair de um estado depressivo, tornar-se mais calmo ou mais agitado, conseguir memorizar informações mais complicadas. "Eu, por exemplo, aprendo várias línguas diferentes através da música. Mas existem técnicas para se fazer isso. Não é simplesmente escutar uma música e pronto", enfatiza.
Qualquer música pode ser usada para a prática, mas a clássica possui uma característica de facilitar o trabalho. "A barroca, por exemplo, possui uma lógica dentro da linguagem, que ativa mecanismos e trabalha o sistema neural". Pessoas com esta inteligência aguçada costumam ser mais inquietas, com facilidade de memorização, seguem os moldes de seus compositores de preferência.
Sua intenção é usar salmos cantados, como forma de instrução pedagógica da palavra divina, para fins curativos de pessoas deprimidas. "Na época de Cristo, existiam salmos curativos de ordem corporal. Tudo cantado. A oração na música é ainda mais forte", explica. Por isso, sua intenção é montar um coral de meninos e meninas para divulgar e explicar seu projeto.
Segundo Carlos, quem tem a inteligência musical aguçada, já demonstra esta habilidade desde pequeno. "E pode ser trabalhada desde a fase embrionária". Ele enfatiza que a inteligência musical independe se a pessoa possui algum tipo de deficiência. "A música é uma vibração. Tanto que existe um coral de pessoas com surdez".
Além de dar cursos para que as pessoas compreendam e desenvolvam este lado, Carlos quer que capacitar profissionais nesta área, como médicos neurologistas, neurocientistas, fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, psicólogos, psicopedagogos, pedagogos, professores em qualquer área, cantores e todos aqueles interessados em fazer conexão entre educação, música e saúde.
Ele esteve em um encontro de psicólogos e desenvolveu a anamnese com alguns deles e diz que ficaram encantados com a descoberta de suas preferências do sistema sensorial.
A descoberta da teoria Carlos, que fazia parte de um coral da cidade, foi assistir à apresentação, em Juiz de Fora, dos Meninos Cantores de Sankt Florian, da Áustria, em comemoração aos mil anos da música. "Fiquei encatando e resolvi que faria alguma coisa em prol da música", conta.
Nesta época, Carlos já era formado em Letras e em Psicopedagogia, curso onde conheceu a teoria das múltiplas inteligências. Em 2004, começou a faculdade de Fonoaudiologia e surgiu a idéia de fazer seu projeto de final de curso ligado a área musical. "Foi a união o útil ao agradável".
Logo que formou, levou seu projeto para Secretaria de Educação de Juiz de Fora, com o interesse de dar o curso na cidade. "Nicodêmos, que era do SEST/SENAT ficou interessado e pediu para que eu desse o curso para os funcionários, para os alunos do curso de inglês. Foi uma grande oportunidade", diz.
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quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Idioma chinês é música para o cérebro, mostra análise
dezembro 12, 2006
O resultado mostra complexidades até então desconhecidas no processamento da linguagem pelo cérebro, e sugere pistas para explicar a dificuldade que pessoas que usam próteses auditivas têm em entender mandarim. (Estado)
Idioma chinês é música para o cérebro, mostra análise
Em mandarim, mudanças de tom podem refletir mudanças de significado; a forma como o cérebro processa essa parte da informação envolve os dois hemisférios
WASHINGTON - Cientistas já sabiam que o hemisfério esquerdo do cérebro processa a linguagem, e o direito, a música. Mas o que acontece quando a língua em questão é o mandarim, um dos idiomas falados na China, que tem uma estrutura musical, com amplas escalas tonais?
O pesquisador da Universidade da Califórnia em Irvine, Fan-Gang Zeng, e colegas chineses estudaram imagens do cérebro de voluntários enquanto falavam ou ouviam mandarim, e descobriram que o cérebro processa a música, ou o tom, das palavras primeiro, no hemisfério direito, antes que o hemisfério esquerdo cuide da semântica, ou significado, da informação.
O resultado mostra complexidades até então desconhecidas no processamento da linguagem pelo cérebro, e sugere pistas para explicar a dificuldade que pessoas que usam próteses auditivas têm em entender mandarim. O trabalho será publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Nas línguas ocidentais, Zeng explica, mudanças de tom transmitem a diferença entre afirmação e pergunta, ou no estado de espírito de quem fala, mas não afetam o significado das palavras. Em mandarim, mudanças de tom podem refletir mudanças de significado.
"A maioria dos implantes cocleares não têm a capacidade de registrar uma grande faixa tonal, o que explica por que usuários esses dispositivos têm dificuldade em apreciar música... ou entender uma língua tonal", explica o pesquisador.(Estado)
Walter Valdevino Comportamento , Estudo Comentários (0)
Domingo, 30 de Setembro de 2007
Música domina o cérebro humano, diz neurologista
O GLOBO ENTREVISTA
Oliver Sacks
De todos os animais, o homem é o único dotado de ritmo, capaz de responder à música com movimentos.É também o único a apresentar um cérebro adaptado para compreender complexas estruturas musicais e ainda se emocionar com elas. Músicos apresentam alterações em regiões cerebrais jamais vistas em outros profissionais.
Para o neurologista britânico Oliver Sacks, a musicalidade é tão primordial à espécie quanto a linguagem e entender a relação entre música e cérebro é crucial para a compreensão do homem.Em seu mais novo livro, “Alucinações musicais” (Editora Companhia das Letras), o especialista relata casos de pessoas que reagem à música de formas incomuns.
Há os que simplesmente não conseguem ouvi-la. E há os que a ouvem o tempo todo, mesmo quando nenhuma melodia está tocando.Há gente que passou a ouvir os sons de forma diferente após ser submetido a uma cirurgia cerebral. E mesmo os que desenvolveram um incomum talento musical.
Nesta entrevista, Sacks conta que há um vasto caminho ainda a percorrer para que se possa entender completamente esses fenômenos. Mas uma coisa, diz, é fato: “A música se apossou de muitas partes do cérebro humano.”
Roberta JansenO GLOBO:
O senhor concorda com Charles Darwin quando ele diz que a música teve um papel importante na evolução? Especificamente na seleção sexual, como um atrativo a mais para o sexo oposto?
OLIVER SACKS: Como o comportamento e as suscetibilidades não deixam registros fósseis, é difícil saber como nossos ancestrais se comportavam.Mas estou inclinado a pensar que a música surgiu muito cedo na espécie humana, tão cedo quanto a linguagem. Linguagem e música são fontes de comunicação primordiais.
O senhor discorda, portanto, de Steven Pinker e de outros especialistas que sustentam que a música é um subproduto do aparato sensorial, prazerosa mas dispensável?
SACKS: Sim, discordo de Pinker.Não vejo a música como algo acidental e trivial, como um subproduto da linguagem.A música está presente em todas as culturas e apresenta, nos seres humanos, aspectos únicos que não têm paralelo na linguagem. Falo do ritmo, do fato de respondermos à música com movimentos. Nenhum outro animal faz isso. É preciso ver o ritmo como algo primordial na evolução humana.Porque todos os seres humanos respondem a ele. A música une as pessoas. E há conexões específicas no cérebro para isso.
Unir as pessoas poderia ser uma vantagem evolutiva?
SACKS: Não posso dizer que a musicalidade humana se desenvolveu para unir as pessoas.Mas algo surgiu, se mostrou vantajoso e houve a seleção dessa característica. É claro que a musicalidade é uma vantagem evolutiva. Nenhum outro animal dança com ritmo, mas qualquer criança o faz. Isso pode ter sido um fenômeno quando surgiu, todos esses pequenos seres dançando.
De que forma isso é marcado no cérebro humano?
SACKS: Muitas partes do cérebro se desenvolvem com a percepção, o aprendizado e a imaginação do ritmo. De novo, nenhum outro animal tem a capacidade de ouvir e analisar sons complexos, com tons, semitons, ritmos, palavras.Essa habilidade é especificamente humana. Mesmo pessoas que sofrem de mal de Alzheimer ou tiveram um derrame respondem à música.Várias estruturas do cérebro se relacionam a isso.
De que forma?
SACKS: A música se apossou de muitas partes do cérebro humano. É possível ver como o cérebro se modifica em resposta à música. Estudos com imagens do cérebro já comprovaram a ampliação de determinadas regiões no cérebro de músicos. Vendo imagens de cérebros, não dá para dizer quem é matemático ou escritor. Mas dá para dizer facilmente quem é músico quando essas estruturas ampliadas aparecem.
Há alguma parte do cérebro especialmente voltada para música?
SACKS: Não há uma só parte do cérebro. A música está em todo mundo, por todo o cérebro, envolve várias partes desse órgão e não necessariamente as mesmas. Isso é que é o mais incrível. Mas há também os que não respondem de forma alguma à música, não é? SACKS: Sim, há algumas pessoas que não percebem musica e ficam muito impressionados com os relatos. Há outros que não ouvem determinados tons ou semitons. Essas amusias ocorrem em razão de danos no cérebro. Parte da rede que está faltando.
E as alucinações musicais? Até que ponto elas poderiam ser interpretadas como um problema psicológico?
SACKS: Quando uma pessoa tem alucinação musical (ouve música que ninguém mais está ouvindo), a primeira coisa que pensa é que ficou louco, que está ouvindo coisas. Mas é um processo completamente diferente de ouvir vozes como os esquizofrênicos. Eles recebem ordens, é bem diferente e as pessoas enfatizam isso. Alucinações musicais são bem comuns, são como velhas memórias que tocam na mente. Não é uma doença mental.
Por que a música muitas vezes provoca uma reação emocional? Como o cérebro é capaz de diferenciar uma melodia triste de uma alegre?
SACKS: Um dos maiores poderes da música é controlar emoção, desenvolver, provocar respostas emocionais. Anatomicamente, podemos dizer que algumas regiões do cérebro afetadas pela música estão perto daquelas ligadas às emoções, envolvidas nas percepções dos cheiros que despertam memórias. Mas ainda não está claro como essas respostas emocionais ocorrem.Não se sabe ainda o quanto depende da cultura.
Postado por Luis Favre às 10:49
Marcadores: Alucinações musicais, Ciência, Cultura, cérebro, livros, musica, musicofilia, Oliver Sacks
3 comentários:
Savya disse...
Olá! Sou a Dra. Savya, faço parte de um grupo de pesquisadores de alucinações musicais do HCFMUSP gostaria de saber se alguém tem alucinações musicais e perda auditivas? O O. Sacks é expert no assunto e nós aqui no Brasil estamos começando a pesquisar isso também. Aguardo respostas.
5 de Outubro de 2007 23:13
Laura disse...
Dra . SavyaSinto algo que acho meio estranho.� algo meio recente.Quando fico ansiosa v�m em minha mente sequ�ncias de m�sica, repetitiva.N�o � sempre a mesma m�sica, s�o pequenos trechos mas isso me deixa mais ansiosa.Comevcei h� tempos atr�s, tamborilar os dedos, sem perceber, com a sequ�ncia.Depois consegui conter o tamborilar, ma as sequ�ncias continuam.Na segunda-feira passada fui � uma homeopata, por sinal muito boa, e comentei o fato. J� havia falado disso com o psiquiatra pois estou numa fase de ansiedade.Mas ele n�o fez coment�rio algum e disse que isso era coisa para terapia.Achei que ele ou n�o tinha feed-back para rseponder ou n�o � atencioso.J� a homeopata, quando comentei falou do livro Alucina�es Musicais e vou compr�-lo para ver se entendo esse processo.Acho que se eu compreender o porqu� tenho isso, pode passar.
22 de Outubro de 2007 22:24
Laura disse...
Dra . SavyaSinto algo que acho meio estranho.É algo meio recente.Quando fico ansiosa vêm em minha mente sequências de música, repetitiva.Não é sempre a mesma música, são pequenos trechos mas isso me deixa mais ansiosa.Comevcei há tempos atrás, tamborilar os dedos, sem perceber, com a sequência.Depois consegui conter o tamborilar, ma as sequências continuam.Na segunda-feira passada fui à uma homeopata, por sinal muito boa, e comentei o fato. Já havia falado disso com o psiquiatra pois estou numa fase de ansiedade.Mas ele não fez comentário algum e disse que isso era coisa para terapia.Achei que ele ou não tinha feed-back para rseponder ou não é atencioso.Já, a homeopata, quando comentei falou do livro Alucinações Musicais e vou comprá-lo para ver se entendo esse processo.Acho que se eu compreender o porquê tenho isso, pode passar.
22 de Outubro de 2007 22:25
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Música domina o cérebro humano, diz neurologista
O GLOBO ENTREVISTA
Oliver Sacks
De todos os animais, o homem é o único dotado de ritmo, capaz de responder à música com movimentos.É também o único a apresentar um cérebro adaptado para compreender complexas estruturas musicais e ainda se emocionar com elas. Músicos apresentam alterações em regiões cerebrais jamais vistas em outros profissionais.
Para o neurologista britânico Oliver Sacks, a musicalidade é tão primordial à espécie quanto a linguagem e entender a relação entre música e cérebro é crucial para a compreensão do homem.Em seu mais novo livro, “Alucinações musicais” (Editora Companhia das Letras), o especialista relata casos de pessoas que reagem à música de formas incomuns.
Há os que simplesmente não conseguem ouvi-la. E há os que a ouvem o tempo todo, mesmo quando nenhuma melodia está tocando.Há gente que passou a ouvir os sons de forma diferente após ser submetido a uma cirurgia cerebral. E mesmo os que desenvolveram um incomum talento musical.
Nesta entrevista, Sacks conta que há um vasto caminho ainda a percorrer para que se possa entender completamente esses fenômenos. Mas uma coisa, diz, é fato: “A música se apossou de muitas partes do cérebro humano.”
Roberta JansenO GLOBO:
O senhor concorda com Charles Darwin quando ele diz que a música teve um papel importante na evolução? Especificamente na seleção sexual, como um atrativo a mais para o sexo oposto?
OLIVER SACKS: Como o comportamento e as suscetibilidades não deixam registros fósseis, é difícil saber como nossos ancestrais se comportavam.Mas estou inclinado a pensar que a música surgiu muito cedo na espécie humana, tão cedo quanto a linguagem. Linguagem e música são fontes de comunicação primordiais.
O senhor discorda, portanto, de Steven Pinker e de outros especialistas que sustentam que a música é um subproduto do aparato sensorial, prazerosa mas dispensável?
SACKS: Sim, discordo de Pinker.Não vejo a música como algo acidental e trivial, como um subproduto da linguagem.A música está presente em todas as culturas e apresenta, nos seres humanos, aspectos únicos que não têm paralelo na linguagem. Falo do ritmo, do fato de respondermos à música com movimentos. Nenhum outro animal faz isso. É preciso ver o ritmo como algo primordial na evolução humana.Porque todos os seres humanos respondem a ele. A música une as pessoas. E há conexões específicas no cérebro para isso.
Unir as pessoas poderia ser uma vantagem evolutiva?
SACKS: Não posso dizer que a musicalidade humana se desenvolveu para unir as pessoas.Mas algo surgiu, se mostrou vantajoso e houve a seleção dessa característica. É claro que a musicalidade é uma vantagem evolutiva. Nenhum outro animal dança com ritmo, mas qualquer criança o faz. Isso pode ter sido um fenômeno quando surgiu, todos esses pequenos seres dançando.
De que forma isso é marcado no cérebro humano?
SACKS: Muitas partes do cérebro se desenvolvem com a percepção, o aprendizado e a imaginação do ritmo. De novo, nenhum outro animal tem a capacidade de ouvir e analisar sons complexos, com tons, semitons, ritmos, palavras.Essa habilidade é especificamente humana. Mesmo pessoas que sofrem de mal de Alzheimer ou tiveram um derrame respondem à música.Várias estruturas do cérebro se relacionam a isso.
De que forma?
SACKS: A música se apossou de muitas partes do cérebro humano. É possível ver como o cérebro se modifica em resposta à música. Estudos com imagens do cérebro já comprovaram a ampliação de determinadas regiões no cérebro de músicos. Vendo imagens de cérebros, não dá para dizer quem é matemático ou escritor. Mas dá para dizer facilmente quem é músico quando essas estruturas ampliadas aparecem.
Há alguma parte do cérebro especialmente voltada para música?
SACKS: Não há uma só parte do cérebro. A música está em todo mundo, por todo o cérebro, envolve várias partes desse órgão e não necessariamente as mesmas. Isso é que é o mais incrível. Mas há também os que não respondem de forma alguma à música, não é? SACKS: Sim, há algumas pessoas que não percebem musica e ficam muito impressionados com os relatos. Há outros que não ouvem determinados tons ou semitons. Essas amusias ocorrem em razão de danos no cérebro. Parte da rede que está faltando.
E as alucinações musicais? Até que ponto elas poderiam ser interpretadas como um problema psicológico?
SACKS: Quando uma pessoa tem alucinação musical (ouve música que ninguém mais está ouvindo), a primeira coisa que pensa é que ficou louco, que está ouvindo coisas. Mas é um processo completamente diferente de ouvir vozes como os esquizofrênicos. Eles recebem ordens, é bem diferente e as pessoas enfatizam isso. Alucinações musicais são bem comuns, são como velhas memórias que tocam na mente. Não é uma doença mental.
Por que a música muitas vezes provoca uma reação emocional? Como o cérebro é capaz de diferenciar uma melodia triste de uma alegre?
SACKS: Um dos maiores poderes da música é controlar emoção, desenvolver, provocar respostas emocionais. Anatomicamente, podemos dizer que algumas regiões do cérebro afetadas pela música estão perto daquelas ligadas às emoções, envolvidas nas percepções dos cheiros que despertam memórias. Mas ainda não está claro como essas respostas emocionais ocorrem.Não se sabe ainda o quanto depende da cultura.
Postado por Luis Favre às 10:49
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Savya disse...
Olá! Sou a Dra. Savya, faço parte de um grupo de pesquisadores de alucinações musicais do HCFMUSP gostaria de saber se alguém tem alucinações musicais e perda auditivas? O O. Sacks é expert no assunto e nós aqui no Brasil estamos começando a pesquisar isso também. Aguardo respostas.
5 de Outubro de 2007 23:13
Laura disse...
Dra . SavyaSinto algo que acho meio estranho.� algo meio recente.Quando fico ansiosa v�m em minha mente sequ�ncias de m�sica, repetitiva.N�o � sempre a mesma m�sica, s�o pequenos trechos mas isso me deixa mais ansiosa.Comevcei h� tempos atr�s, tamborilar os dedos, sem perceber, com a sequ�ncia.Depois consegui conter o tamborilar, ma as sequ�ncias continuam.Na segunda-feira passada fui � uma homeopata, por sinal muito boa, e comentei o fato. J� havia falado disso com o psiquiatra pois estou numa fase de ansiedade.Mas ele n�o fez coment�rio algum e disse que isso era coisa para terapia.Achei que ele ou n�o tinha feed-back para rseponder ou n�o � atencioso.J� a homeopata, quando comentei falou do livro Alucina�es Musicais e vou compr�-lo para ver se entendo esse processo.Acho que se eu compreender o porqu� tenho isso, pode passar.
22 de Outubro de 2007 22:24
Laura disse...
Dra . SavyaSinto algo que acho meio estranho.É algo meio recente.Quando fico ansiosa vêm em minha mente sequências de música, repetitiva.Não é sempre a mesma música, são pequenos trechos mas isso me deixa mais ansiosa.Comevcei há tempos atrás, tamborilar os dedos, sem perceber, com a sequência.Depois consegui conter o tamborilar, ma as sequências continuam.Na segunda-feira passada fui à uma homeopata, por sinal muito boa, e comentei o fato. Já havia falado disso com o psiquiatra pois estou numa fase de ansiedade.Mas ele não fez comentário algum e disse que isso era coisa para terapia.Achei que ele ou não tinha feed-back para rseponder ou não é atencioso.Já, a homeopata, quando comentei falou do livro Alucinações Musicais e vou comprá-lo para ver se entendo esse processo.Acho que se eu compreender o porquê tenho isso, pode passar.
22 de Outubro de 2007 22:25
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B I O L O G I A
O sinal de alerta foi dado pela lista dos mais vendidos. Um CD com músicas de Mozart chegou recentemente ao topo dos clássicos tanto na revista Billboard quanto no site comercial da Amazon (loja virtual da Internet). Como não havia nenhum apelo aparente para o modismo - trilha sonora de filme, por exemplo -, investigou-se a fundo o fenômeno. E, segundo a explicação mais aceita, a resposta estaria no estranho, mas agradável efeito causado por certas músicas do compositor austríaco no cérebro dos ouvintes. O ritmo mozartiano, segundo alguns pesquisadores, interfere positivamente na forma como os neurônios se comunicam, embora ninguém saiba ainda exatamente a razão de tal fenômeno. Mesmo sendo polêmica, a teoria mais considerada no meio científico argumenta que as ondas cerebrais se parecem muito com a música barroca. Daí, o efeito de “turbinamento” no poder cerebral, comprovado por testes de Q.I. feitos logo depois que o sujeito escuta Mozart.
A história desse “efeito Mozart” teria começado há seis anos, segundo revelou o último número da revista britânica NewScientist. Foi quando descobriu-se que pessoas que ouviam certas composições de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) com frequência alcançavam índices mais elevados nos testes tradicionais de inteligência. Porém, em meados deste ano, pesquisadores mais céticos repetiram a experiência e não chegaram ao mesmo resultado. Tal desencontro fomentou outras experiências, desta vez com ratos de laboratório. E o fato é que se provou mais uma vez que a música do gênio austríaco melhora, sim, o funcionamento cerebral - ratos colocados em um labirinto alcançaram a saída com mais facilidade quando expostos à música de Mozart. Outra experiência revelou que pessoas que sofrem do mal de Alzheimer trabalham melhor ouvindo composições mozartianas. Até mesmo os ataques epiléticos ficam bastante reduzidos.
Polêmica - O primeiro indício do que viria a ser chamado “efeito Mozart” surgiu há dez anos, quando o neurobiólogo americano Gordon Shaw simulou a atividade cerebral em um computador. Em vez de imprimir um gráfico dessa simulação, ele decidiu transformá-la em sons. E, para sua surpresa, o ritmo do som cerebral se mostrou muito parecido com a música barroca. “Não é uma música tão bonita quanto a de Mozart, mas seu estilo é bem distinto, fácil de reconhecer”, disse ele à revista britânica. Foi aí que pensou em testar qual seria o efeito de Mozart no cérebro do ouvinte. Em outras palavras, será que esse tipo de composição musical de alguma forma amplia a atividade das células nervosas cerebrais? Os resultados foram muito positivos nos testes de Q.I. A partir de então, experiências distintas feitas por colegas de outras universidades chegaram a resultados diferentes. Algumas não produziram nenhum “efeito Mozart”, enquanto outras confirmaram o trabalho de Shaw. Nascia assim a polêmica.
Para efeito de consistência científica, quase todas essas experiências foram feitas usando-se uma única peça musical de Mozart, a Sonata para dois pianos em ré maior (K 448). Para os críticos dessa teoria, essas experiências são ainda muito vagas. “Não há uma razão clara para o uso dessa peça musical; mesmo assim, quando outro laboratório não consegue os mesmos resultados, alegam que não foi usada a música correta”, acusa Kenneth Steele, psicólogo da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA. Outros cientistas chegaram a levantar a hipótese de que o efeito benéfico dessa música seria emocional. Mas a experiência com os ratos - que não têm reações emocionais como os humanos - acabou provando que a base para o “efeito Mozart” é neurológica. O tira-teima veio mais recentemente, quando Shaw e colegas usaram aparelhos de ressonância magnética (que fazem um tipo de radiografia do organismo) para mapear as áreas do cérebro que são ativadas pela música de Mozart.
Percebeu-se então que, além do córtex auditivo, onde o cérebro processa os sons, a música também ativa partes associadas com a emoção. “Mas, com Mozart, o córtex inteiro se acende”, diz Mark Bodner, que auxiliou Shaw. E apenas Mozart ativa áreas do cérebro envolvidas com a coordenação motora, visão e outros processos mais sofisticados do pensamento. Infelizmente, tal aparelho não explica a razão desse fenômeno. De todo modo, esse trabalho científico provou indubitavelmente que o ensino de música aumenta muito a capacidade mental das crianças. Se elas forem apresentadas a Mozart bem cedo, quando ainda estão desenvolvendo sua rede neural, o resultado positivo pode durar para toda a vida, alegam os especialistas. O que ajuda a explicar a posição de segundo colocado entre os CDs clássicos mais vendidos nos últimos meses - O efeito Mozart: música para crianças vol. 1 - sintonize sua mente.
Música para o cérebro Pesquisas comprovam que ouvir certas músicas de Amadeus Mozart ativa os neurônios e melhora a inteligência
NORTON GODOY
NORTON GODOY
O sinal de alerta foi dado pela lista dos mais vendidos. Um CD com músicas de Mozart chegou recentemente ao topo dos clássicos tanto na revista Billboard quanto no site comercial da Amazon (loja virtual da Internet). Como não havia nenhum apelo aparente para o modismo - trilha sonora de filme, por exemplo -, investigou-se a fundo o fenômeno. E, segundo a explicação mais aceita, a resposta estaria no estranho, mas agradável efeito causado por certas músicas do compositor austríaco no cérebro dos ouvintes. O ritmo mozartiano, segundo alguns pesquisadores, interfere positivamente na forma como os neurônios se comunicam, embora ninguém saiba ainda exatamente a razão de tal fenômeno. Mesmo sendo polêmica, a teoria mais considerada no meio científico argumenta que as ondas cerebrais se parecem muito com a música barroca. Daí, o efeito de “turbinamento” no poder cerebral, comprovado por testes de Q.I. feitos logo depois que o sujeito escuta Mozart.
A história desse “efeito Mozart” teria começado há seis anos, segundo revelou o último número da revista britânica NewScientist. Foi quando descobriu-se que pessoas que ouviam certas composições de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) com frequência alcançavam índices mais elevados nos testes tradicionais de inteligência. Porém, em meados deste ano, pesquisadores mais céticos repetiram a experiência e não chegaram ao mesmo resultado. Tal desencontro fomentou outras experiências, desta vez com ratos de laboratório. E o fato é que se provou mais uma vez que a música do gênio austríaco melhora, sim, o funcionamento cerebral - ratos colocados em um labirinto alcançaram a saída com mais facilidade quando expostos à música de Mozart. Outra experiência revelou que pessoas que sofrem do mal de Alzheimer trabalham melhor ouvindo composições mozartianas. Até mesmo os ataques epiléticos ficam bastante reduzidos.
Polêmica - O primeiro indício do que viria a ser chamado “efeito Mozart” surgiu há dez anos, quando o neurobiólogo americano Gordon Shaw simulou a atividade cerebral em um computador. Em vez de imprimir um gráfico dessa simulação, ele decidiu transformá-la em sons. E, para sua surpresa, o ritmo do som cerebral se mostrou muito parecido com a música barroca. “Não é uma música tão bonita quanto a de Mozart, mas seu estilo é bem distinto, fácil de reconhecer”, disse ele à revista britânica. Foi aí que pensou em testar qual seria o efeito de Mozart no cérebro do ouvinte. Em outras palavras, será que esse tipo de composição musical de alguma forma amplia a atividade das células nervosas cerebrais? Os resultados foram muito positivos nos testes de Q.I. A partir de então, experiências distintas feitas por colegas de outras universidades chegaram a resultados diferentes. Algumas não produziram nenhum “efeito Mozart”, enquanto outras confirmaram o trabalho de Shaw. Nascia assim a polêmica.
Para efeito de consistência científica, quase todas essas experiências foram feitas usando-se uma única peça musical de Mozart, a Sonata para dois pianos em ré maior (K 448). Para os críticos dessa teoria, essas experiências são ainda muito vagas. “Não há uma razão clara para o uso dessa peça musical; mesmo assim, quando outro laboratório não consegue os mesmos resultados, alegam que não foi usada a música correta”, acusa Kenneth Steele, psicólogo da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA. Outros cientistas chegaram a levantar a hipótese de que o efeito benéfico dessa música seria emocional. Mas a experiência com os ratos - que não têm reações emocionais como os humanos - acabou provando que a base para o “efeito Mozart” é neurológica. O tira-teima veio mais recentemente, quando Shaw e colegas usaram aparelhos de ressonância magnética (que fazem um tipo de radiografia do organismo) para mapear as áreas do cérebro que são ativadas pela música de Mozart.
Percebeu-se então que, além do córtex auditivo, onde o cérebro processa os sons, a música também ativa partes associadas com a emoção. “Mas, com Mozart, o córtex inteiro se acende”, diz Mark Bodner, que auxiliou Shaw. E apenas Mozart ativa áreas do cérebro envolvidas com a coordenação motora, visão e outros processos mais sofisticados do pensamento. Infelizmente, tal aparelho não explica a razão desse fenômeno. De todo modo, esse trabalho científico provou indubitavelmente que o ensino de música aumenta muito a capacidade mental das crianças. Se elas forem apresentadas a Mozart bem cedo, quando ainda estão desenvolvendo sua rede neural, o resultado positivo pode durar para toda a vida, alegam os especialistas. O que ajuda a explicar a posição de segundo colocado entre os CDs clássicos mais vendidos nos últimos meses - O efeito Mozart: música para crianças vol. 1 - sintonize sua mente.
Musica e o Cérebro.
por paixao — Última modificação 25/09/2006 14:22
Um ano de estudo de música pode ajudar no desenvolvimento cerebral de uma criança.
Recente estudo canadense mostrou que um ano de estudo de música para crianças de 4 a 6 anos produz, além da afinidadMúsica para o cérebro
25/9/2006
Agência FAPESP - Sabe-se que uma criança treinada musicalmente terá, em geral, afinidade maior para os sons durante a sua vida. Agora, cientistas canadenses identificaram outras vantagens de estudar música desde pequeno.
O desempenho cerebral de crianças com 4 a 6 anos de idade, submetidas a lições musicais pelo método Suzuki, criado pelo pedagogo japonês Shinichi Suzuki (1898-1998), mostrou ser superior quando comparado a pessoas sem treinamento especial. Apenas quatro meses foram suficientes para que os primeiros resultados surgissem.
Além de conseguir medir a aptidão musical propriamente dita – o cérebro das crianças treinadas respondeu mais rapidamente aos sons de instrumentos, – os pesquisadores conseguiram dados ainda mais interessantes, e que estão sendo considerados inéditos. Ao responder a testes de memória, por exemplo, o grupo "musical" teve um desempenho superior. Os resultados do estudo foram publicados em artigo na edição de 20 de setembro da revista Brain.
"É possível perceber que a resposta cerebral no grupo treinado pela música, em comparação com outro, sem aulas especiais, mudou no prazo de um ano. Essas alterações estão claramente relacionadas com os benefícios cognitivos propiciados pelo treinamento musical", disse Laurel Trainor, professor na Universidade McMaster e um dos autores principais do trabalho, em comunicado da Oxford University Press, instituição que publica a Brain.
O artigo One year of musical training affects development of auditory cortical-evoked fields in young children pode ser lido por assinantes em www.brain.oxfordjournals.org.
Outras Notícias-->
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Ipea lança Proredes - 10/9/2008
Programa de Apoio a Redes de Pesquisa integrará ações e pesquisas em áreas temáticas definidas no planejamento estratégico do instituto. Apoio será concedido por meio de cotas de bolsas
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Agência espacial lança programa de bolsas de pós-doutorado para “inspirar a próxima geração de exploradores” na busca por outros planetas e por vida além da Terrae com os sons efeitos positivos no desenvolvimento cerebral.
por paixao — Última modificação 25/09/2006 14:22
Um ano de estudo de música pode ajudar no desenvolvimento cerebral de uma criança.
Recente estudo canadense mostrou que um ano de estudo de música para crianças de 4 a 6 anos produz, além da afinidadMúsica para o cérebro
25/9/2006
Agência FAPESP - Sabe-se que uma criança treinada musicalmente terá, em geral, afinidade maior para os sons durante a sua vida. Agora, cientistas canadenses identificaram outras vantagens de estudar música desde pequeno.
O desempenho cerebral de crianças com 4 a 6 anos de idade, submetidas a lições musicais pelo método Suzuki, criado pelo pedagogo japonês Shinichi Suzuki (1898-1998), mostrou ser superior quando comparado a pessoas sem treinamento especial. Apenas quatro meses foram suficientes para que os primeiros resultados surgissem.
Além de conseguir medir a aptidão musical propriamente dita – o cérebro das crianças treinadas respondeu mais rapidamente aos sons de instrumentos, – os pesquisadores conseguiram dados ainda mais interessantes, e que estão sendo considerados inéditos. Ao responder a testes de memória, por exemplo, o grupo "musical" teve um desempenho superior. Os resultados do estudo foram publicados em artigo na edição de 20 de setembro da revista Brain.
"É possível perceber que a resposta cerebral no grupo treinado pela música, em comparação com outro, sem aulas especiais, mudou no prazo de um ano. Essas alterações estão claramente relacionadas com os benefícios cognitivos propiciados pelo treinamento musical", disse Laurel Trainor, professor na Universidade McMaster e um dos autores principais do trabalho, em comunicado da Oxford University Press, instituição que publica a Brain.
O artigo One year of musical training affects development of auditory cortical-evoked fields in young children pode ser lido por assinantes em www.brain.oxfordjournals.org.
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Como a Música é Percebida no Cérebro Humano
Jeffrey K. Lauritzen
Provavelmente o desenvolvimento mais importante na investigação científica sobre a música foi a descoberta de que a música é percebida através da parte do cérebro que recebe os estímulos das emoções, sensações e sentimentos, sem antes ser submetida aos centros cerebrais envolvidos com a razão e a inteligência.
Schullian e Schoen explicam este fenômeno: "Música, que não depende das funções superiores do cérebro para franquear entrada ao organismo, ainda pode excitar por meio do tálamo – o posto de intercomunicação de todas as emoções, sensações e sentimentos. Uma vez que um estímulo foi capaz de alcançar o tálamo, o cérebro superior é automaticamente invadido, e, se o estímulo é mantido por algum tempo, um contato íntimo entre o cérebro superior e o mundo da realidade pode ser desta forma estabelecido."
Tempo e espaço não permitem uma abordagem completa da percepção musical. É suficiente dizer que estudos nos últimos cinqüenta anos tem trazido à luz algumas descobertas bastante significativas, que podem ser resumidas como se segue:
(1) A música é percebida e desfrutada sem necessariamente ser interpretada pelos centros superiores do cérebro que envolvem a razão e o julgamento.
(2) A resposta à música é mensurável, mesmo quando o ouvinte não está dando uma atenção consciente a ela.
(3) Há evidencias de que a música pode levar a mudanças de estados de espírito pela alteração da química corporal e do equilíbrio dos eletrólitos.
(4) Rebaixando o nível de percepção sensorial, a música amplifica as respostas às cores, toque e outras percepções sensoriais.
(5) tem sido demonstrado que os efeitos da música alteram a energia muscular e promovem ou inibem o movimento corporal.
(6) Música rítmica altamente repetitiva tem um efeito hipnótico.
(7) O sentido da audição tem um efeito maior sobre o sistema nervoso autônomo do que qualquer outro sentido.
Estas descobertas sugerem que Satanás é capaz de, através da música, desferir um ataque furtivo sobre qualquer pessoa que se disponha a ser indulgente com o tipo “errado” de música.
Pode-se concluir que a música por si mesma, e não apenas o texto, é uma questão chave na aceitação de música para a adoração. É por isto que uma palavra de advertência deve ser dada a todos os grupos que estão experimentando com novas músicas para a igreja e novos estilos de adoração. Mesmo um texto biblicamente sólido, quando conjugado com um veículo musical apropriado, torna-se uma “Babilônia” teológica, uma mistura do bem com o mal – verdade e erro. Referindo-se à queda do homem Ellen White diz: "Por misturar o mal com o bem, sua mente se tornou confusa, e entorpecidas suas faculdades mentais e espirituais. Não mais poderia apreciar o bem que Deus tão livremente havia concedido."
O profeta Ezequiel também adverte sobre os perigos de se misturar o sagrado com o profano: “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem ensinam a discernir entre o impuro e o puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles.... dizendo: Assim diz o Senhor Deus; sem que o Senhor tivesse falado.” (Ezequiel 22:26,28)
Misturar a verdade de Deus com as coisas do mundo é um negócio arriscado!
Notas
1 - Dorothy Schullian e Max Schoen, Music and Medicine (New York: Henry Schuman, Inc, 1948), 270,271. (voltar)
2 - H. Lloyd Leno, “Music, How it Affects the Whole Man”, Ministry, novembro de 1973: 24,25. Uma abordagem mais abrangente do assunto da percepção pode ser encontrada neste excelente artigo, juntamente com uma bibliografia completa da documentação da pesquisa. (voltar)
3 - E.G.White, Educação (Tatuí, São Paulo, Casa Publicadora Brasileira), 25. (voltar)
Jeffrey K. Lauritzen é diretor dos corais da Collegedale Academy e da A.W.Spalding Elementary School, ambas parte do conjunto de escolas no campus do Southern College dos Adventistas do Sétimo Dia. Vários alunos da faculdade estudam canto sob a sua direção.
Este artigo é um trecho do artigo "Música na Adoração - Estamos realmente adorando-O? ", do mesmo autor.
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desafie seu cérebro
É hora de malhar os neurônios.
Nosso cérebro começa a perder as células do sistema nervoso antes mesmo dos 30 anos. Mas pesquisas mostram que é possível retardar esse processo. E o melhor: jogando videogame.
Da próxima vez que você der um presente para alguém acima de 60 anos, pense duas vezes. Opções tradicionais como roupas de dormir ou mesmo jogos de xadrez ou de damas estão perdendo espaço para os videogames. Isso mesmo: videogames.
A novidade tem agradado cada vez mais gente nessa fase da vida, principalmente em países como Estados Unidos e Japão — lançadores de tendências. O melhor é que essa moda tem o aval da ciência. Institutos de pesquisa, a exemplo da Universidade do Texas (veja boxe), estão conduzindo estudos e concluindo que esses aparelhinhos ajudam a melhorar o humor, a concentração e até a coordenação motora.
Tudo porque propõem desafios que estimulam o raciocínio e exercitam o cérebro, afastando problemas comuns a partir dos 60 anos, como a perda da memória e até o mal de Alzheimer (doença caracterizada pela progressiva perda das funções intelectuais).
Boa novidade também é que eles oferecem a chance de as pessoas interagirem, tirando- as do isolamento — queixa freqüente nessa idade. “De forma geral, são fáceis de jogar e ideais para desfrutar a companhia de outras pessoas”, explica o jornalista David Lemes, mestrando em desenvolvimento de games na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e editor do site www.gamereporter.org.
Os games preservam a memória na terceira idadeAté no Brasil existem centros de pesquisa desenvolvendo estudos na área. Um deles é o Instituto Paulista de Déficit de Atenção. Lá, eles utilizam um treinamento para ondas cerebrais, chamado de neurofeedback, quase uma “musculação para o cérebro”.
Segundo a médica Cacilda Amorim, diretora da clínica e coordenadora do Grupo de Estudos em Biofeedback e Neuroterapia da Unidade de Medicina Comportamental da Unifesp, esses jogos são específicos para treinar e melhorar a atenção e o raciocínio. Enquanto joga, o paciente fica conectado por meio de um eletrodo fixado em seu couro cabeludo. A médica explica que, de um modo geral, o cérebro pulsa rapidamente quando executa atividades mais exigentes, como fazer cálculos mentais, ou quando precisa de muita concentração.
“O terapeuta define os parâmetros de cada sessão (se mais ou menos difícil), dependendo do nível do usuário e da finalidade do seu treino”, diz a especialista.
LIBERADOS PARA MAIORES
Instituto estuda benefícios dos jogos para os maiores de 60 anosQuem pensa que esse assunto não é coisa séria, deve prestar atenção no seguinte número: 13 milhões de dólares. Essa foi a quantia destinada a um estudo da Universidade do Texas para avaliar os benefícios dos games para o pessoal da terceira idade. Chamado Senéludens — associação entre os termos “ idade avançada” e “ lucidez” —, o projeto tem o objetivo de avaliar os processos de envelhecimento, mapeando-os e, a partir disso, desenvolver jogos que vão estimular a memória, mantendo habilidades do cérebro que tendem ao declínio conforme a idade avança. As pesquisas, envolvendo neurocientistas, engenheiros e especialistas em multimídia, entre outros, estão sendo coordenadas pelo professor Mihai Nadin, de 69 anos, que costuma destacar o caráter social desse estudo, uma vez que integra o idoso à sociedade por meio da tecnologia.Vantagem tecnológica
Na verdade, os jogos que têm o objetivo de estimular as funções cognitivas cerebrais não são novidade. Bons exemplos disso são os de memória, forca, cartas, palavras cruzadas e xadrez — que são estratégicos por excelência. “Como o jogador precisa antecipar o movimento de seu adversário, tem que elaborar suas jogadas mentalmente”, explica Roger Tavares, professor de pós-graduação em games do Senac.
A vantagem dos videogames sobre essas brincadeiras é que, conforme as fases vão passando, a dificuldade aumenta. Para quem não sabe, os games têm etapas que variam de um jogo mais fácil para o mais difícil. Esse desafio constante estimula o “bom funcionamento” dos neurônios, fortalecendo as conexões (a comunicação) entre eles.Não é difícil entender.
Os neurônios são células que estão ligadas umas às outras, sendo responsáveis por conduzir o impulso nervoso. Se não forem estimuladas, podem morrer, comprometendo a transmissão de informações para outros neurônios, músculos ou glândulas. “A idéia é usar para não perder”, explica a médica Cacilda Amorim.
Nosso cérebro começa a perder as células do sistema nervoso antes mesmo dos 30 anos. Mas pesquisas mostram que é possível retardar esse processo. E o melhor: jogando videogame.
Da próxima vez que você der um presente para alguém acima de 60 anos, pense duas vezes. Opções tradicionais como roupas de dormir ou mesmo jogos de xadrez ou de damas estão perdendo espaço para os videogames. Isso mesmo: videogames.
A novidade tem agradado cada vez mais gente nessa fase da vida, principalmente em países como Estados Unidos e Japão — lançadores de tendências. O melhor é que essa moda tem o aval da ciência. Institutos de pesquisa, a exemplo da Universidade do Texas (veja boxe), estão conduzindo estudos e concluindo que esses aparelhinhos ajudam a melhorar o humor, a concentração e até a coordenação motora.
Tudo porque propõem desafios que estimulam o raciocínio e exercitam o cérebro, afastando problemas comuns a partir dos 60 anos, como a perda da memória e até o mal de Alzheimer (doença caracterizada pela progressiva perda das funções intelectuais).
Boa novidade também é que eles oferecem a chance de as pessoas interagirem, tirando- as do isolamento — queixa freqüente nessa idade. “De forma geral, são fáceis de jogar e ideais para desfrutar a companhia de outras pessoas”, explica o jornalista David Lemes, mestrando em desenvolvimento de games na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e editor do site www.gamereporter.org.
Os games preservam a memória na terceira idadeAté no Brasil existem centros de pesquisa desenvolvendo estudos na área. Um deles é o Instituto Paulista de Déficit de Atenção. Lá, eles utilizam um treinamento para ondas cerebrais, chamado de neurofeedback, quase uma “musculação para o cérebro”.
Segundo a médica Cacilda Amorim, diretora da clínica e coordenadora do Grupo de Estudos em Biofeedback e Neuroterapia da Unidade de Medicina Comportamental da Unifesp, esses jogos são específicos para treinar e melhorar a atenção e o raciocínio. Enquanto joga, o paciente fica conectado por meio de um eletrodo fixado em seu couro cabeludo. A médica explica que, de um modo geral, o cérebro pulsa rapidamente quando executa atividades mais exigentes, como fazer cálculos mentais, ou quando precisa de muita concentração.
“O terapeuta define os parâmetros de cada sessão (se mais ou menos difícil), dependendo do nível do usuário e da finalidade do seu treino”, diz a especialista.
LIBERADOS PARA MAIORES
Instituto estuda benefícios dos jogos para os maiores de 60 anosQuem pensa que esse assunto não é coisa séria, deve prestar atenção no seguinte número: 13 milhões de dólares. Essa foi a quantia destinada a um estudo da Universidade do Texas para avaliar os benefícios dos games para o pessoal da terceira idade. Chamado Senéludens — associação entre os termos “ idade avançada” e “ lucidez” —, o projeto tem o objetivo de avaliar os processos de envelhecimento, mapeando-os e, a partir disso, desenvolver jogos que vão estimular a memória, mantendo habilidades do cérebro que tendem ao declínio conforme a idade avança. As pesquisas, envolvendo neurocientistas, engenheiros e especialistas em multimídia, entre outros, estão sendo coordenadas pelo professor Mihai Nadin, de 69 anos, que costuma destacar o caráter social desse estudo, uma vez que integra o idoso à sociedade por meio da tecnologia.Vantagem tecnológica
Na verdade, os jogos que têm o objetivo de estimular as funções cognitivas cerebrais não são novidade. Bons exemplos disso são os de memória, forca, cartas, palavras cruzadas e xadrez — que são estratégicos por excelência. “Como o jogador precisa antecipar o movimento de seu adversário, tem que elaborar suas jogadas mentalmente”, explica Roger Tavares, professor de pós-graduação em games do Senac.
A vantagem dos videogames sobre essas brincadeiras é que, conforme as fases vão passando, a dificuldade aumenta. Para quem não sabe, os games têm etapas que variam de um jogo mais fácil para o mais difícil. Esse desafio constante estimula o “bom funcionamento” dos neurônios, fortalecendo as conexões (a comunicação) entre eles.Não é difícil entender.
Os neurônios são células que estão ligadas umas às outras, sendo responsáveis por conduzir o impulso nervoso. Se não forem estimuladas, podem morrer, comprometendo a transmissão de informações para outros neurônios, músculos ou glândulas. “A idéia é usar para não perder”, explica a médica Cacilda Amorim.
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